sexta-feira, 20 de maio de 2011

Resumo do Livro "Anemia Falciforme-Manual Para Agentes de Educação e Saúde" (KIKUCHI,1999)

KIKUCHI, Berenice. Anemia Falciforme – Manual Para Agentes de Educação e Saúde. Ed.Health,1999.
¹Sonia Dias de Paiva
        
                        Anemia Falciforme – Manual Para Agentes de Educação e Saúde, Kikuchi (1999), aponta para a necessidade de fornecer informações que possam ajudar o educador e a equipe multiprofissional da educação e saúde a compreender a Anemia Falciforme, suas possíveis complicações clínicas e interferência no comportamento e rendimento escolar dos alunos portadores da doença, que segundo a autora (1999) entram e saem da escola sem terem sido percebidos como alunos portadores de necessidades médicas e educacionais especiais, fator que influência para que os mesmos abandonem a escola precocimente. Kikuchi (1999,p.17) afirma  que :

 No Brasil 85% dos doentes falciforme tem baixa escolaridade, situação que                                                                                                                                                           reflete em suas vidas quando adultos. Não ingressam no mercado de trabalho e os poucos que conseguem geralmente estão em atividades operacionais, que requerem esforço físico incompatível com a doença.

Para mudar essa situação faz-se necessário que a escola reconheça e atenda as necessidades médicas e educacionais desses alunos, contribuindo para a sua permanecia na escola, assim como para sua formação profissional e reinserção social.
Na obra indicada na bibliografia há informações, como, contexto histórico da doença, trazendo informações sobre a alteração genética, a qual determina a Doença Falciforme, que é decorrente de uma mutação dos genes, ocorrida há milhares de anos, predominantemente no Continente Africano e que no Brasil, a doença é presente devido a miscigenação, existente há mais de cinco séculos, de forma que o gene pode ser encontrado diluído na população geral de todos os Estados Brasileiros.O termo Doença Falciforme especifica uma patologia na qual, pelo menos, uma das hemoglobinas é do tipo S, tais como: HbSS, HbSC, HbSTh. Na bibliografia a anemia falciforme é conceituada, como: doença genética, em que os glóbulos vermelhos , diante de certas condições( tempo frio, problemas emocionais, períodos pré-menstruais, infecção, gravidez, desidratação, etc) alteram sua forma discóide e se tornam parecidos com um foice, daí o nome Falciforme.Os glóbulos deformados, rígidos e endurecidos se agregam e dificultam a circulação do sangue, conseqüentemente o transporte de oxigênio para os tecidos, provocando dor e dano ao tecido circunvizinho, causando  determinadas complicações, como: A crise de dor - sintoma mais freqüente da doença, localizada nos ossos, músculos, articulações, no tórax, no abdômem, podendo atingir qualquer local do corpo, e ocorrerendo varias vezes no ano, com duração variável. Outras complicações bilógicas como: Dactilia, quelante de ferro, infecções, icterícia hemolítica, litíase biliar, seqüestro esplênico, asplenia funcional, micção frequente, acidente vascular cerebral, etc, podem ser manifestadas. Tendo cada uma dessas complicações sua atenção especial no ambiente escolar, exemplo: atividades físicas, a criança/aluno com anemia falciforme tende a cansa-se mais rapidamente, contudo todos os serviços que trabalham com as pessoas portadoras dessa doença encorajam-os a participar de atividades físicas planejadas na escolar. Entretanto as atividades físicas não devem ser extenuantes, prolongadas ou altamente competitivas. A atenção no ambiente escolar diz respeito: a encorajar esses alunos a participarem das atividades físicas, dando a eles autonomia para parar ou descansar quando acharem necessário; no planejamento anual deve ser discutida com o professor de educação física a melhor forma de integrar o aluno com doença falciforme as atividades físicas, pois ele pode gostar e ter habilidades e destreza para aquelas que envolvem o esporte; não excluir a criança/aluno com anemia falciforme da educação física, pois elas se sentiram frustradas, mas incluí-la nas atividades, respeitando sua limitação natural, que não a impedi de executar uma tarefa auxiliar, exemplo, ser o juiz de uma brincadeira, marcar o número de pontos  realizados pela equipe, organizar o material esportivo, etc., pois assim a criança se sentirá útil e integrada ao grupo, tendo sua auto imagem fortalecida; não expor a criança/aluno a atividades ou ambientes que a exponha a temperaturas baixas, visto que esse é dos fatores que podem desencadear uma crise dolorosa. 
Quanto às complicações psicológicas a autora (1999) cita: depressão, insegurança, relações individuais e grupais, imagem corporal, orientação vocacional, etc. Também ressaltando a atenção que deve ser data em cada aspecto, exemplo: Relação com o aluno, a criança/aluno com anemia falciforme tem necessidades específicas que precisam ser trabalhadas com os outros alunos, o professor poderá estar fazendo isso através de discussões graduais ou introduzindo essas necessidades dentro dos próprios conteúdos curriculares, explicando aos outros alunos a razão dos cuidados e diferenciações para com essas crianças/alunos, evitando com isso conflitos, tanto para quem os recebe, quanto para aqueles que não podem usufruir das mesmas concessões. Outro exemplo, ainda no aspecto psicológico é o stress, devido à instabilidade emocional causada por uma doença crônica que submete essa criança/aluno a sucessivas crises dolorosas, procedimentos médicos invasivos, várias hospitalizações, etc., essas situações podem desencadear o stress e  o mesmo pode provocar uma crise de falcização (crise de dor, localizada ou generalizada), a atenção data no ambiente escolar resumi-se em não substimar o problema da criança/aluno e procurar ajudá-la em suas necessidades. Já as complicações a nível sócio-cultural, segundo a autora, diz respeito ao preconceito, profissionalização, planos para o futuro, racismo, acesso à assistência médica, entre outras. Vale ressaltar que assim como no aspecto biológico e psicológico a autora também faz referência a atenção que deve ser dada neste aspecto, exemplo: preconceito, o professor ao contextualizar as necessidades específicas da criança/aluno não deve fazer com que a mesma se veja como doente nem que seus colegas a vejam assim, pois essas necessidades devem reforçar que essas crianças/alunos são adaptativos a uma vida positiva e que possuem capacidades, habilidades e um enorme potencial a ser desenvolvido.
Ao concluir sua obra Kikuchi (1999, p.72e74) faz referência a Lei 12.352/97 que “institui o Programa de Prevenção e Assistência Integral às pessoas portadoras do traço falciforme ou anemia falciforme...” encerrando com as seguintes considerações:

...acreditamos na possibilidade da proposta de desenvolvimento de ações integradas com a área de saúde e educação, para a garantia da formação do educando, através de implantação de estratégias de prevenção e assistência ao escolar e famílias...

A Anemia Falciforme, uma doença com dimensão humana, cultural e étnica poderá ser inserida na programação escolar integrando-se às áreas de ciências, história, biologia,geografia. Estes aspectos irão contribuir para diminuir o estgma e o preconceito sobre a doença e o doente, operando mudanças na sociedade onde as diferenças sociais são acentuadas e desiguais.


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¹ Graduada no Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia; e Técnica de Enfermagem. 

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